Empreendedorismo social: o que é e quais as suas propostas?

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Há muitas formas de se fazer negócios atualmente, isso é um fato. No entanto, algumas delas não visam apenas ao lucro exacerbado sem medir as consequências. Por conta das desigualdades sociais, a cada dia mais expostas, surge um novo nicho de empreendedorismo denominado empreendedorismo social, que consiste num negócio que se sustenta e, ao mesmo tempo, proporciona desenvolvimento social.

Essas empresas, que não são organizações não-governamentais e muito menos empresas comuns, proporcionam uma revolução social por meio do desenvolvimento de alguma atividade necessária a determinada área.

A proposta do empreendedorismo social

O empreendedorismo social é extremamente importante para auxiliar no combate às desigualdades sociais sem que para isso seja necessária uma intervenção milagrosa. É através de muito esforço que esses novos empreendedores conseguem, aos poucos, a mudança das realidades que os cercam.

Os objetivos desse tipo de negócio, portanto, não objetivam apenas o retorno financeiro, mas principalmente o retorno social, contribuindo para uma melhoria significativa da sociedade.

É importante destacar que o empreendedorismo social, a longo prazo, acaba gerando maior circulação do capital em determinada região, visto que um dos objetivos principais é contribuir para a ascensão social e a capacitação de jovens, por exemplo. Por conta disso, as pessoas de uma localidade passam a possui um maior capital social e, consequentemente, o desenvolvimento local se expande.

A importância do empreendedorismo social

O empreendedorismo social é muito importante para tentar minimizar as desigualdades sociais existentes, contribuindo para um mundo mais justo e igualitário, oferecendo oportunidades às pessoas que precisam delas.

As ideias desse tipo de empreendedorismo normalmente são inovadoras e passam pelos mais diferentes setores da sociedade, incluindo um grande número de pessoas. É normal, no entanto, que essas ideias de empreendedorismo passem pelas escolas ou, por exemplo, por associações de pessoas com deficiência ou vítimas de preconceito, a fim de incluí-las na sociedade.

Por objetivar mudanças sociais, é normal que esse empreendedorismo também esteja associado a ideias de atitudes sustentáveis, já que é impossível falar de mudança social sem falar de preservação ambiental, visto que um planeta sobrecarregado não poderá proporcionar qualidade de vida às pessoas.

Por isso, ainda que, de forma geral, o empreendedorismo social funcione para tentar resolver questões pessoais com pessoas que necessitam, ele também contribui para a consciência em relação à natureza e o planeta, fazendo com que as pessoas possam refletir, por meio de atitudes planejadas, sobre o estilo de vida que levam e a forma como tratam o planeta nas menores atitudes, como por exemplo no uso do plástico de modo exagerado e descartável, na forma de descartar o lixo, na maneira como consomem determinados tipos de produtos e se alimentam.

Uma reflexão global é necessária para uma verdadeira transformação social, por isso a mudança de mentalidade das pessoas é tão importante quanto as oportunidades para que elas se insiram de modo mais eficaz no mercado de trabalho.

Se o foco for apenas para que as pessoas consigam bons empregos e proporcionem um melhor poder aquisitivo às suas famílias, elas acabarão produzindo mais lixo de modo desenfreado e contribuindo para uma cultura da não-preservação, que é tóxica para todos.

Por isso, os projetos pensam sempre em desenvolvimento sustentável, a fim de realmente contribuir para sanar questões importantes dos dias de hoje.

Como funciona o empreendedorismo social?

O empreendedorismo social funciona de muitas formas, das mais simples às mais complexas. Esses projetos normalmente surgem diante da necessidade de transformação social que algumas pessoas percebem em suas respectivas realidades. Os benefícios do empreendedorismo social são inúmeros e realmente são projetos capazes de modificar a vida de muitas gerações de famílias.

Há projetos, por exemplo, que envolvem escolas das redes públicas de áreas periféricas, capacitando a equipe pedagógica e, principalmente, os professores, para que eles estejam motivados e psicologicamente preparados para enfrentar os problemas daquela região. É muito importante que os profissionais que lidam diariamente com crianças e adolescentes em situações de risco sejam devidamente capacitados e tenham o preparo psicológico necessário para que os próprios profissionais não adoeçam.

As organizações que focam no empreendedorismo social com este público proporcionam encontros, debates e workshops, por exemplo, para que as vivências e possibilidades daqueles profissionais sejam discutidas de modo a contribuir para a formação do público que eles possuem.

Se os professores, por exemplo, trabalham em áreas perigosas e não contam com nenhuma rede de apoio, a tendência é que comecem a adoecer por conta do descaso, deixando as crianças sem aulas e sem perspectivas, por isso todo apoio é fundamental.

O resultado se dá a longo prazo, com aulas mais motivadoras que proporcionam às crianças e adolescentes que precisam delas uma possibilidade de mudanças no futuro e uma esperança em relação aos estudos. A longo prazo, uma criança que consegue concluir a escola e ingressar numa universidade, por exemplo, poderá modificar a realidade de sua família e mesmo de sua própria comunidade, visto que servirá de exemplo para que outras consigam fazer o mesmo.

Todo empreendedorismo social demanda tempo e, por vezes, os resultados não serão colhidos de forma rápida. É preciso estabelecer sempre planos a médio e longo prazos e objetivos que podem ser cumpridos mais rapidamente, para que as pessoas não desanimem. O foco é essencial para que as pessoas percebam que estão mais próximas de alcançar os seus objetivos. Somente assim conseguirão manter a disciplina que é muito necessária nesse tipo de trabalho, sobretudo quando envolve adolescentes, visto que esse grupo da sociedade precisa sentir que há um propósito e, de alguma forma, uma liderança que está a organizar os passos que eles devem tomar.

Há, ainda muitas outras formas de empreendedorismo, como por exemplo as que buscam auxiliar pessoas com deficiências para que elas consigam se reinserir na sociedade e no mercado de trabalho, realizando alguma tarefa que pode ser útil de duas perspectivas: tanto para contribuir para a sociedade, gerando capital e produtos que circulam no mercado quanto para contribuir com a própria pessoa que possui alguma necessidade especial e, através do trabalho, percebe a realização de um propósito e também uma forma de realocação social.

O empreendedorismo social, seja de que modo for, não gera lucro para os próprios empreendedores, visto que o objetivo é contribuir para mudanças sociais que gerarão impactos a longo prazo para a realidade das pessoas que são tocadas pelos projetos.