Quando pensamos em poluição, automaticamente associamos a lixos espalhados pelo chão ou mesmo gases transformando o oxigênio num ar tóxico. Pouca gente lembra, no entanto, que há tipos muito presentes também de poluição igualmente problemáticos: a poluição visual e a poluição sonora.
A poluição sonora é muito presente no cotidiano das pessoas, seja por meio de buzinas, propagandas em formato de áudio ou carros com música alta. Para esses casos, algumas cidades criaram uma Lei de Silêncio, que obriga os moradores de determinada região a respeitarem regras básicas de convivência.
No caso da poluição visual, assunto que abordaremos detalhadamente a seguir, os olhos sofrem ao observar o caos presentes nos meios de convivência social. Preste atenção ao que virá a seguir, entenda um pouco mais sobre esse problema tão presente nos dias atuais e reflita acerca de uma possível solução coletiva para ele.
O que é poluição visual
A poluição visual acontece, principalmente, por um princípio estético. Quando as informações visuais presentes num ambiente se encontram desordenadas ou excessivas, a qualidade de vida das pessoas pode ser afetada. É fato que a organização de um espaço interfere diretamente no rendimento humano, por isso pessoas tendem a se organizar melhor num espaço limpo, arejado e cuidado.
O excesso de informação visual pode levar as pessoas a desenvolverem sintomas de estresse e transtornos de hiperatividade, por exemplo, já que é como se os olhos delas nunca descansassem.
As propagandas excessivas distraem os motoristas e podem proporcionar acidentes, fazendo com que eles não consigam se concentrar no trânsito. Da mesma forma, perturbam as crianças e os adolescentes que sofrem com o acúmulo de estímulos, não conseguindo dar conta.
O que pode causar a poluição visual
É difícil conseguir delimitar todos os fatores que provocam a poluição visual, visto que é uma poluição muito abrangente e possui diversos tipos. Propagandas em outdoors descoordenadas são os exemplos mais comuns, mas os próprios fios pendurados em postes também funcionam como representações de poluição que acometem o meio da cidade, sobretudo nos grandes centros urbanos, quando parecem um grande emaranhado insolúvel.
Pichações em prédios e residências, da mesma forma, contribuem para esse tipo de poluição. Prédios depredados, casas mal cuidadas e espaços excessivamente coloridos também constituem a lista de elementos que podem proporcionar poluição visual.
Anúncios e placas fazem com que a cidade esteja mais poluída e, consequentemente, mais desconfortável. A grande questão a envolver esse tema é que os comerciantes querem, a qualquer custo, divulgar os seus produtos. Como são muitos os produtos, muitos são os anúncios, de modo a haver um congestionamento de informações que são visualizadas por todas as pessoas em muitos momentos do dia. No pior dos casos, os anúncios ainda se sobrepõem colados aos muros da cidade.
O que causa a poluição luminosa
A invenção da lâmpada foi uma das maiores conquistas da humanidade. O que não se sabia, naquela época, era que a humanidade poderia utilizar esses sinais luminosos de forma desenfreada, tornando a descoberta prejudicial.
A poluição luminosa é configurada como uma poluição que atinge principalmente as grandes cidades. Ela pode ser definida como a poluição que surge por conta do excesso de luzes e sinais luminosos, que envolvem postes de energia, faróis de carros e demais representações luminosas. Obviamente a luz é uma tecnologia fundamental para a vida em sociedade, mas o seu excesso pode também ser maléfico para as pessoas que vivem em determinadas regiões.
Os danos da poluição visual
A poluição visual pode contribuir significativamente para que as pessoas sofram impactos negativos em suas vidas. De forma geral, esses impactos podem agir direta ou indiretamente sobre os indivíduos. De forma direta, podem, por exemplo, distrair motoristas e transeuntes de avenidas movimentadas, impossibilitando que eles estejam atentos às sinalizações.
De forma indireta, também podem proporcionar ambientes estressantes às pessoas, fazendo com que elas não consigam desenvolver as atividades necessárias para o dia a dia por estarem hiperestimuladas.
Além disso, a poluição visual também pode contribuir para o incentivo a um consumo desenfreado que é prejudicial para todas as pessoas, desde as mais jovens às mais velhas. As propagandas que estão em toda a parte fazem com que as pessoas adotem uma lógica de consumo cruel. Passam a pensar que precisam adquirir o maior número de produtos e sequer refletem acerca do desgaste ambiental que a produção daqueles produtos impõe.
A poluição visual, no caso de ofertas de mercadoria, portanto, acaba por ser duplamente prejudicial: produz para produzir o próprio material de que ela é feita e, em seguida, continua a poluir para que as pessoas adquiram o produto que foi anunciado.
Como solucionar o problema da poluição visual
Como é um problema que possui muitas causas distintas, nem sempre é fácil encontrar uma solução para a questão da poluição visual. É fundamental que as cidades estabeleçam medidas mais sérias e percebam qual é o tipo de poluição que mais sofrem, do contrário poderão enfrentar problemas a longo prazo, com pessoas estressadas ou mais desatentas.
É preciso haver regulamentação por parte do estado para garantir que as propagandas sejam veiculadas causando o mínimo de impactos negativos possível. Uma união entre os governos e as grandes empresas poderia facilitar essa regulamentação, de modo que as duas instituições cooperassem.
Do lado individual, para equilibrar com a poluição visual a que são submetidas diariamente, é importante que as pessoas desfrutem de momentos em ambientes sossegados e de silêncio para que consigam manter uma rotina saudável.
Esse ambiente pode envolver uma caminhada diária no meio da natureza ou mesmo a prática de uma meditação. Em tempos de tantos anúncios e coisas que chamam a atenção todos os dias, é fundamental encontrar um tempo para também olhar para dentro de si e conseguir encontrar um pouco de organização e paz.
Essas atividades não resolvem a causa do problema da poluição visual, mas funcionam como medidas paliativas para que os impactos negativos sejam minimizados.