Neste artigo, vamos tratar do monóxido de carbono, um dos componentes da poluição do ar. Falaremos de suas características, sua origem, seu impacto sobre o meio ambiente e seus efeitos sobre a vida humana.
O que é monóxido de carbono
O monóxido de carbono é um gás um pouco menos denso do que o ar. Entre as características do monóxido de carbono, podemos citar o fato de ser inodoro e incolor, características que dificultam a identificação de vazamentos desse gás, e inflamável.
O ponto de fusão do monóxido de carbono é -205°C e seu ponto de ebulição é -191°C. Ele é pouco solúvel em água.
Nas indústrias, o monóxido de carbono é usado na produção de materiais como plásticos e, na produção de metais, como agente redutor. Neste último papel, ele permite isolar metais como o ferro extraindo o oxigênio contido nos minerais em que esses metais são encontrados.
Onde se encontra monóxido de carbono? Na Terra, o monóxido de carbono é encontrado principalmente na atmosfera. Ele pode ser produzido pela combustão incompleta de combustíveis fósseis (carvão, gás natural, gasolina etc.) e outros compostos de carbono em condições de pouco oxigênio.
A combustão incompleta ocorre quando não há oxigênio o bastante no ambiente para oxidar todos os átomos de carbono do combustível. Quando ocorre combustão completa, em vez de monóxido de carbono, é produzido o dióxido de carbono ().
Há fontes naturais e artificiais de monóxido de carbono. Entre as fontes naturais de monóxido de carbono estão reações fotoquímicas que acontecem na troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, incêndios florestais e vulcões. Atividades humanas, como a combustão de combustíveis fósseis em veículos automotores, são as principais fontes emissoras de monóxido de carbono em ambientes urbanos. As queimadas também produzem monóxido de carbono.
Não é só na Terra que existe monóxido de carbono. Por exemplo, ele já foi detectado nas atmosferas de Vênus e Marte. Ele está presente, no estado sólido, em cometas. No espaço interestelar, o monóxido de carbono é, depois do hidrogênio, a molécula mais comum.
Efeitos do monóxido de carbono no ambiente
O efeito estufa é um processo no qual gases contidos na atmosfera retém parte da radiação infravermelha refletida pela superfície do nosso planeta, evitando que ela se perca no espaço. Esse processo deixa a temperatura da Terra mais alta do que seria sem ele e deixa-a mais acolhedora para a vida. A emissão de gases do efeito estufa pelas atividades humanas, porém, intensifica o efeito estufa, levando ao aquecimento global, o aumento atualmente em curso da temperatura média do nosso planeta.
Algumas das consequências do aquecimento global são: elevação do nível dos mares, alteração dos padrões pluviométricos do planeta, transformação dos ecossistemas, afetando os seres vivos neles residentes, podendo levar à migração de espécies ou a colapsos de suas populações.
Embora possua baixo efeito direto na intensificação do efeito estufa, o monóxido de carbono tem importante papel indireto nesse processo devido a reações de que participa na atmosfera. Ele reage com o radical hidroxila (), reduzindo sua abundância na atmosfera. Como o radical hidroxila ajuda a reduzir a concentração de gases como o metano (), que tem grande efeito intensificador do efeito estufa, o monóxido de carbono acaba colaborando para o agravamento do citado processo.
O monóxido de carbono também colabora para o agravamento do efeito estufa por participar da formação de ozônio () na troposfera. Embora na camada de ozônio, localizada na estratosfera, esse gás desempenhe o papel positivo de proteger a Terra dos raios ultravioleta, o ozônio troposférico agrava o efeito estufa.
Outro gás intensificador do efeito estufa que pode ser produzido por reações do monóxido de carbono na atmosfera é o dióxido de carbono.
O que o monóxido de carbono pode causar no ser humano
As moléculas de oxigênio ligam-se no sangue à proteína hemoglobina das hemácias, as células que transportam o oxigênio aos tecidos do corpo. O monóxido de carbono tem altíssima afinidade pela hemoglobina e liga-se a ela, substituindo o oxigênio e, consequentemente, diminuindo o suprimento deste disponível para o corpo, inclusive órgãos como o coração e o cérebro.
Os sintomas causados pela inalação de monóxido de carbono dependem da concentração do gás no ambiente e do tempo de exposição a ele. A intoxicação por monóxido de carbono pode causar sintomas como fadiga, dores no peito, dores de cabeça, falta de ar, desorientação, tontura e perda de consciência. Ela pode causar danos cerebrais, causar sequelas como problemas cardíacos e até levar à morte por asfixia.
A morte por monóxido de carbono foi um dos métodos usados pelo regime nazista para eliminar indivíduos considerados indesejáveis pelo governo como deficientes físicos e mentais.
Entre as principais causas de intoxicação por monóxido de carbono, estão respirar fumaça de incêndio, a queima de gás natural ou querosene em dispositivos para aquecimento que não estejam devidamente regulados e o funcionamento de motores de carro em garagens e outros ambientes pouco ventilados.
É importante submeter a revisões frequentes dispositivos que possam emitir monóxido de carbono e, se possível, substituí-los por opções mais seguras. Chaminés devem passar por inspeção e limpeza pelo menos uma vez por ano.
Embora a intoxicação por monóxido de carbono possa ser um risco para todas as pessoas, segundo o site da Clínica Mayo, a exposição ao monóxido de carbono é especialmente perigosa para os seguintes grupos:
- Fetos, pois suas hemácias ligam-se ao monóxido de carbono mais facilmente que as dos adultos, o que os torna mais suscetíveis a males causados por intoxicação por monóxido de carbono.
- Crianças têm taxa respiratória mais elevada que a dos adultos, o que pode fazer com que sejam mais suscetíveis à intoxicação por monóxido de carbono.
- Idosos podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de danos cerebrais por intoxicação por monóxido de carbono.
- Pessoas que sofrem de doença cardíaca crônica, problemas respiratórios ou anemia são mais suscetíveis a sofrer problemas por exposição ao monóxido de carbono.
- Pessoas que perderam a consciência em virtude da exposição ao monóxido de carbono, pois a perda de consciência é um sinal de gravidade da exposição.
- Idosos podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de danos cerebrais em virtude de intoxicação por monóxido de carbono.
- Pessoas que sofrem de doença cardíaca crônica, problemas respiratórios ou anemia são mais suscetíveis a sofrer problemas por exposição ao monóxido de carbono.